Como está a situação?
6 anos
após a tragédia no Haiti, como estão os haitianos na Grande Florianópolis.
Tudo começou
no ano de 2010. Um terremoto no dia 12 de Janeiro daquele ano sacudiu
violentamente o Haiti, em particular a capital, Porto Príncipe. Mais de 300 mil
mortos na catástrofe. Até então poucos eram os haitianos no Brasil. Segundo
dados do IBGE, em 2010, havia cerca de 36 pessoas de origem haitiana no
país. O Brasil, que comanda desde 2004 a
Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), passou a ser
um dos destinos preferenciais dos migrantes, pelo grau de dificuldade de
entrada nos países de emigração tradicional.
Desde 2010, cerca de 130 mil haitianos entraram no país pelo estado do
Acre. O governo da presidente Dilma Rousseff liberou aos haitianos 43.000
vistos.
Na Grande
Florianópolis, habitam 12 mil Haitianos. Destes, 8000 vivem em Palhoça ou Santo
Amaro. O Revitalizando Culturas tem exercido um grande papel no auxílio aos
haitianos, como no caso da
pequena Sofia Laila Fils, concebida no Haiti e nascida no Brasil. Na última atividade de 2015, unimos os esforços com
a FMP e o Conselho Municipal para Políticas Culturais em favor do êxito do 1º Fórum de
Imigrantes Haitianos realizado em Dezembro na FMP.
Danilo Garcia, Rafaela Iwassaki, Luciana Rocha, Prof. Dr. Jaci Rocha |
Na
terça-feira, 29 de março, o Revitalizando
Culturas e a Unisul receberam a Sra. Luciana Rocha Negreiros, coordenadora do trabalho da FMP com os Haitianos, para uma
tarde de trocas de experiências na Unidade Pedra Branca. Ela descreveu e
refletiu sobre as ações concretas realizadas pela Faculdade Municipal de
Palhoça no apoio aos irmãos de outra nação. Cursos de português e informática
têm sido oferecidos e as vagas devidamente preenchidas, uma vez que esse estudo
é necessário, para conseguirem bons empregos e tentar mudar uma realidade: a
relação escrava de trabalho e salário. Essa é a realidade daqueles que
pretendem ficar por aqui, porém, muitos estão planejando o retorno às terras
natais. A FMP tem oferecido cursos de administração e gestão de turismo
(tecnólogo), este que, ao ser concluído, deixa o estudante devidamente certificado
e lhe permite uma pós-graduação. O turismo cresceu muito no Haiti. Após a
tragédia de 2010 o povo que acabou precisando deixar para trás famílias e
posses, busca agora formação acadêmica, para retornarem e juntos reerguerem a
nação.
A FMP ainda auxilia os haitianos com toda a
burocracia da busca de visto de permanência, documentações para contratação
pelas empresas locais e dúvidas em geral que eles possam ter sobre a vida
brasileira. Na FMP, atualmente, há 100 alunos no curso de português, 60 no curso
de informática e 12 na administração e gestão de turismo. Apesar das dúvidas
sobre a dificuldade que poderiam ter quanto ao idioma, o desempenho é muito bom.
Luciana testemunhou que “vivendo de
forma humilde e obedecendo as leis, cientes de que não estão em sua terra
natal, são raros os casos de infrações por parte do povo haitiano. Muitas vezes
seus salários, baixos, são divididos entre a sobrevivência e as famílias que
ficaram no Haiti.”
O desafio de um novo polo
Como sugestão, Luciana deixou clara a necessidade de um outro polo prestando os mesmos serviços do outro lado da BR101, que abrange a região da Pedra Branca, Jardim Aquarius, Jardim Eldorado, Passa Vinte, dentre outros. Com os apoios da Polícia Federal, Pastoral do Imigrante, Prefeitura Municipal de Palhoça e Ministério de Relações Exteriores
Boa
sorte aos irmãos haitianos e o desafio continua.
Leonardo Santos
(Estagiário Revitalizando Culturas)
Orientação: Professor Dr. Jaci Rocha Gonçalves
Orientação: Professor Dr. Jaci Rocha Gonçalves
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