“Simpósio Olhar Inovador e Visão Pluralista” e a presença de alunos do curso de Direito
Aconteceu no dia 24 de outubro, o simpósio
- “O Olhar Inovador e a Visão Pluralista” na Unisul da Pedra Branca. O
professor Dr. Jaci Rocha Gonçalves recebeu no Auditório C da Unisul, os
professores Alexandre Botelho e Sâmia Fortunato com seus alunos da 4ª fase do
curso de Direito matutino. O tema ressaltou a importância de um profissional
pluralista como um fator urgente e determinante na atualidade.
Jaci iniciou com músicas sobre a
estética da diferença e sua importância como fundamento de um Olhar inovador
partilhando a práxis do Programa de Pesquisa Revitalizando Culturas e do
Projeto Transversal de Direitos Humanos e Mediações Culturais, da Unisul.
O professor Dr. Jaci Rocha Gonçalves,
conduziu o Simpósio na busca desses aspectos essenciais e indispensáveis na
vivência pessoal e profissional da área de Direito diante das expectativas da
sociedade pós-moderna. Abordou o conceito das diferenças como riquezas e também
da diferença como ameaça geradora de desigualdades. Além de alargar o contexto
trazendo algumas experiências em países africanos como Cabo Verde, europeus
como Itália e em comunidades brasileiras que trabalham e vivenciam o
pluralismo. Concluiu pedindo aos estudantes que se dessem o direito de cultivo
das três ciências básicas da humanidade, indispensáveis para a formação pessoal
e profissional: a ciência econômica, a ciência da política e a ciência da
estética.
“A ciência da economia precisa discutir
sua razão ética mínima, ou seja, a de saciar a fome; seu fracasso significa a
continuidade real de uma safra de 850 milhões de pessoas morrendo anualmente de
subnutrição.” A outra ciência indispensável à qualidade da vida é a “ciência da
política entendida como a arte de garantia da convivência”, resumiu o
professor. Pediu que se observasse as falhas no caso, por exemplo, do mundo jurídico;“a
consequência é a da morte por solidão. Contextos assim, geram a segunda maior
fatia do mercado a que mata pela droga, a segunda indústria mais lucrativa do
mundo, a primeira é a indústria bélica.” explicou.
Professor Dr. Jaci Rocha Gonçalves |
Por fim, o professor aprofundou o
conceito de ética a partir da ciência da estética, “pois essa ciência é
constituída de todos os espaços responsáveis pela produção de sentidos como a
arte, a literatura, o teatro, a poesia, o romance; mas sobretudo, os espaços da
religião e os espaços filosóficos de discussão.
” De fato, a ciência da ética, por
exemplo, é pragmática, ela faz com que a pessoa pergunte-se qual seu papel no
mundo, ou o que está fazendo aqui, por exemplo. Falhando essas ciências que
compõem a estética, o resultado é profundo e sério porque pode levar a pessoa
ao vazio de sentidos. “Se a ciência da estética falha, a vida humana morre por
vazio interior, o vazio de sentidos”, concluiu Jaci.
Foi diante desse quadro provocativo que
professores e alunos participantes do simpósio formaram grupos no grande
Auditório C para discutir o significado dos conceitos sobre
diferença/diversidade e desigualdade.Os destaques na distinção de conceitos
trazida pelo alunos e alunas foi que a desigualdade cresce a partir do
desequilíbrio e do desrespeito pelo outro, pelo diferente. Na medida em que não
se exercita a empatia, o prejuízo da intolerância é uma desumanização cada vez
mais galopante. A fonte de crescimento e de aprendizado, acontecem na medida em
que o diálogo com o outro não se coloca na linha da completude.
Professora e mestranda Sâmia Fortunato |
Após a discussão, a professora e mestra
Sâmia Fortunato, mostrou que há uma grande expectativa de pensadores do mundo do Direito.
Ela também falou sobre a esperança dos jovens para o futuro,“Que os futuros
profissionais tenham a coragem de se colocar como pensadores da realidade e da
diferença e, sobretudo, sejam incansáveis questionadores das razões das
desigualdades”, concluiu Sâmia.
Professor Dr. Alexandre Botelho |
O professor doutor Alexandre
Botelho, observou ao final do simpósio que a “opiniões precisam de razões, e
não podemos nos furtar ao exercício da busca da autoridade a partir dos
argumentos, da busca de um resultado comum na forma de convivência a partir da
escuta atenta dos argumentos da outra pessoa.”
Jaci concluiu lembrando que a sábia
arte da convivência exige constantes exercícios de cada geração de humanos. “É
uma arte já iniciada pelos nossos ancestrais e ainda não concluída. Ela exige
ascese permanente de convivência pluralista fruto da inteligência relacional,
que é a inteligência do amor, que abre a possibilidade do diálogo, de um
tornar-se realmente humilde, humano, que vem de húmus, que significa aquilo que
na natureza se reciclou, que se transformou em esterco, em adubo e que é o que
fertiliza a terra, fertiliza inclusive até os desertos.”
Roda de testemunho, no evento noturno |
No turno da noite, no mesmo dia, a
plateia reuniu também alunos do direito, da psicologia e da comunicação social
em busca do mesmo olhar inovador porque pluralista. Na roda de testemunho de
vivências ficou muito claro que o modo de viver buscando o diálogo pluralista
no contexto pessoal e profissional é uma proposta de urgência realmente
inovadora a ser assumida pelos participantes.
Jaci Rocha Gonçalves
Coordenador Revitalizando Culturas
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