Espiritualidades no timing da vida
Um
São João diferente em 2016
Jaci Rocha Gonçalves*
Caro
leitor, a tocha acesa na chama olímpica está acendendo também a chama de nossa
esperança na olimpíada de um Brasil mais justo e amoroso? Porque a esperança
não é a última que morre, mas é a primeira que nasce. A esperança sustenta a fé
e dá leveza para a caridade. Lembro do mantra de São Paulo: “A esperança não
decepciona!”, o qual mantive em folhas de recados para animar a saúde integral
das comunidades por mais de 30 anos.
Nossas
espiritualidades com mantras como esse podem garantir fôlego suficiente para
seguir exigindo um modo de ser país que respeite e anime a vida do povo. E
optando por escolhas de governanças que tenham foco, sim, no cuidado de todos,
mas dando preferência pelo cuidado com a vida dos mais pobres. Caso contrário,
os céus não aguentam e criam formas mais ousadas de nos alertar. Junho registra
para da coletânea dessas ousadias dos céus nas festas dos Antônios, Pedros e,
sobretudo, dos Joãos com seus fogos, fogueiras e pinhões.
O São
João das fogueiras, além de batizador, teve esse nome que significava sua
missão de anunciador de esperanças em tempos difíceis: voz que clama no deserto
cultivando os caminhos do amor, custe o que custar. Talvez por essa autoridade
que se deu de enfrentar o difícil – talvez seja, por isso, o segundo nome
masculino mais comum no Brasil após José, segundo o IBGE.
Mas
junho lembra também a festa do primeiro indígena feito santo na igreja
católica. Em dezembro de 2002, por Jõao Paulo II, 554 anos após sua morte, em
1548. É São Cuauhtlatoatzin, nome que na língua nahualt, falada pela
confederação maio-asteca no México, quer dizer “águia que fala ou alguém que
grita como águia”. Talvez por ser essa águia falante, acrescentou Juan (João)
Diego.
São Juan Diego Cuauhtlatoatzin |
Aos
47 anos, São Juan Diego Cuauhtlatoatzin tem diálogos com Nossa Senhora de
Guadalupe nas aparições de dezembro de 1531. O rosto da santa não é espanhol,
nem indígena, mas mestiço, de uma jovem com seus 16 anos. Em 1531 não havia
jovens mestiças dessa idade. Parece que La Morenita, apelido carinhoso que lhe
dão os mexicanos, estava tentando impedir a carnificina em curso feita pela
invasão espanhola. Mas não teve jeito: houve um etnocidio de 14.221.835
indígenas em apenas 36 anos.
Há
muitas perguntas não respondidas sobre Cuauhtlatoatzin e a imagem da jovem mestiça
estampada em seu manto (tima) que tem dado o que pesquisar aos cientistas da
atualidade. Para nossos tempos de junho, com manifestações desde 2013, o único
indígena reconhecido santo pode reavivar nos corações jovens a certeza de que a
Mãe de Jesus é uma aliada e plantonista expert na esperança de construir saídas
para situações caóticas.
Lá em
Tepeyac, onde ela apareceu, até as flores nasceram em lugar impossível. Mas a
esperança que não decepciona é aquela do amor inclusivo, com preferência pelos
excluídos e indefesos. Os gritos juninos nas avenidas precisam ecoar na prática
insistente e pedagógica de programas sociais solidários e participativos na
olimpíada por um Brasil mais justo e amoroso. Vamu q vamu!
*Padre
Casado, Doutor em Teologia, Filósofo, estudou
Comunicação
no Vaticano e é Professor da Unisul.
Publicado
Originalmente em Jornal Cotidiano Pedra Branca
Em 01 de Junho de
2016
São Juan Diego Cuauhtlatoatzin ganhou agora uma linda biografia. Vou pedir-lhe que me alcance uma graça.
ResponderExcluirMinha irmã Geny, que é antenada nas notícias do Face (e procura ver no Google se conferem), viu que o atual Presidente em exercício está ocupando aquele dinheiro (bilhões) que os Governos do Lula e Dilma colocaram (de propina no Banco para o Partido), e em vez de mais impostos, está mandando acabar obras inacabadas e importantes. Eles demagogicamente faziam de bonzinhos com a Bolsa família,etc., mas também mandando principalmente o maior dinheiro para o estrangeiro (Porto de Cuba, e outros e aqui ... E a Dilma tratando até a filha com altas mordomias...
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