Uma guerra plurissecular que os centros urbanos não veem

Liderança indígena do povo Guajajara é assassinado na Terra Indígena Arariboia (MT).

Imagem retirada de redes sociais do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) Na foto, Zezico Rodrigues, liderença indígena do povo Guajajara.




Mais um. Mais um dos muitos que já foram. E a conta só cresce. Conta essa que não queríamos contabilizar. É amargura de cinco séculos dessa antiga história que se repete. O Instituto Homo Serviens (IHS), lamenta e se solidariza.

Mais uma liderança indígena é assassinada no estado do Maranhão. Zezico Rodrigues, diretor e professor do Centro de Educação Escolar Indígena Azuru, foi morto a tiros na última terça-feira (31). 

O desmonte da política indigenista recoloca os povos originários em situação de vulnerabilidade. Zezico não é o primeiro a ser assassinado. Maranhão lidera o ranking de estado mais violento para a população indígena devido aos diversos conflitos de interesses nos Territórios Indígenas (TI).
Vidas de milhares de indígenas são brutalmente interrompidas desde a invasão e da colonização do nosso país. Eram cinco milhões, hoje reduzidos a 900 mil. Os povos das florestas sobrevivem a uma guerra plurissecular que os centros urbanos não veem.

Zezico Rodrigues, era do povo Guajajara. Defensor dos direitos indígenas, atuava em defesa do território tradicional de seu povo e contra a derrubada das florestas. Como liderança, fazia denúncias frequentes das invasões e da presença de madeireiros intrusos nos territórios indígenas.

Os povos indígenas são guardiães milenares das florestas, da vida e de sabedorias que ultrapassam gerações. Quando um indígena tomba, morre um pouco mais de tudo aquilo que nós -  nascidos neste vasto território que é o Brasil, somos. "Perdemos uma vida valiosa, com repertórios originários ricos em segredos de como viver bem nos trópicos. Porque os povos originários possuem saberes ancestrais e culturais de grande importância para a humanidade. Valorizar os povos antigos e seus saberes é garantir qualidade de vida neste Brasil Continente." Comentou o professor e Dr. Jaci Rocha Gonçalves, presidente do Instituto Homo Serviens e docencete de Estudos Socioculturais e História Indígena na Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). 

É preciso proteger a vida.


Instituto Homo Serviens (IHS)


(Veja a matéria do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) sobre o assunto)
 

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