Bienvenu, Sofia!
Bienvenu, Sofia!
Unisul e a cultura haitiana
Há dois sábados, em uma manhã de
sol que se tornou ainda mais especial e radiante nasceu a ultra esperada neném
Sofia. Todos na Unisul Pedra Branca aguardavam ansiosamente a sua chegada.
Muito antes de nascer já havia sido batizada com um nome muito especial: Sofia,
do grego sabedoria. Nome forte, focada na ética do conhecimento, quando, sobre
este, fazemos a pergunta grafitada nas paredes do corredor central do andar
térreo do Bloco B: “Conhecimento para quê e para quem?”.
Sofia Laila Fils é a neném filha
da Senhora Germine Jean Baptiste e de
Frederico Fils. Germine é uma trabalhadora haitiana na empresa terceirizada
responsável pelos serviços de limpeza do campus. Mamãe corajosa. Durante a
gestação passou por grandes sustos: desmaios constantes, a queda na escada, o
atraso de 20 dias do prazo para o parto. O maior susto foi quando sua cunhada
após medicada em um hospital e encaminhada para casa perdeu a criança que
estava esperando. Apesar de apavorada, Germine manteve sua fé e a cada dia a
vontade de ver o rostinho de sua filha só aumentava.
Boa vontade não faltou em todos
os setores da Unisul, alunos, docentes e colaboradores, das colegas de trabalho,
dos amigos e do Centro de Obstetrícia do Hospital. Todos acompanharam Sofia e
sua mãe com “marcação cerrada”. Após as 41 semanas de gestação ela voltou ao
hospital para ficar. Acolhida por uma médica de nome Natália e que falava o
francês. Tivemos a graça de ouvir a médica ao telefone garantindo sua
internação.
É uma linda epopéia de uma vida
irrepetível como a de cada um de nós. Vida irrepetível até às intimidades do
DNA. Dá até vontade de escrever um poema:
Bem-vinda, Sofia!
Concebida no Haiti,
Assustando na gravidez distante no Brasil
Você nasce com um nome misto:
Sabor Haiti, sabor Brasil, sabor de
sabedoria.
Carência de lá, de cá e de todo lugar.
Você vem, bem negra, no segundo país mais
negro do mundo.
Vem com essa negritude sem embrancamentos,
filhos das escravaturas.
Vem prá terra catarina da médica Zilda
Arns.
Aquela que morreu no terremoto do Haiti
Enquanto trocava sabedorias de sua
Pastoral da Criança
No cuidado com crianças, assim:
espertinhas como você!
Bienvenu, Sofia!
A
brasileirinha Sofia Laila Fils e Germine, sua mãe haitiana.
Estagiárias:
Natalia Santos de Pinho
Rafaela Iwassaki
Jaci Rocha Gonçalves
Coordenador do Revitalizando Culturas/Unisul.
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