Espiritualidades no Timing do Cotidiano
Paz criativa versus falsidade
Jaci Rocha Gonçalves *
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Mauri Heerdt, Foto: Luisy Albuquerque |
Heerdt assentou seu discurso no dueto raízes e asas: na
força inspiradora das raízes e na saúde transformadora das asas. Após breve
mergulho nas raízes de sua família representada pelo velho pai de 85 anos e na
gratidão e afeto aos professores de seu percurso nas raízes escolares, responsabilizou alguns jovens
organizados em protesto com
abaixo-assinado, pelo seu ingresso e vôo no espaço da gestão
universitária. E disse: “é missão essencial da universidade educar para a transformação
de pessoas e de ambiente.”
Em Davos, no Fórum Econômico mundial, o foco dos discursos
entre os grandes executivos e gestores mundiais foi o enfrentamento dos
números necrocráticos filhos das desigualdades estruturais que desafiam suas
governanças. Vale a pena ler o
relatório da OXFAM como fonte de meditação neste tempo de veraneio e de
férias. Sugiro como facilitador de leitura a clipagem jornalística oferecida
diariamente pelo IHU da Unisinos. Um número da desigualdade é o de oito pessoas, empresários, todos do sexo masculino que acumulam a mesma riqueza
que a metade mais pobre da população mundial, ou seja, 3,6 bilhões de
pessoas. No Brasil, o fenômeno se repete com oito empresários da comunicação
e vendas de bebidas.
E o que tem a ver essas preocupações programáticas de
janeiro com a paz e as
espiritualidades? Tudo. Porque as espiritualidades existem como espaços
privilegiados para a construção de sentidos para nós, todos os humanos, e
para o ecossistema. De fato, os espaços de espiritualidades são criados pelas
religiões, pelas artes e pelas Ars Artium, primeiro nome dado aos espaços
universitários.
E eles correm o risco de se tornarem reféns de zonas de
conforto criando rituais desligados das realidades concretas onde se inserem.
A esse propósito vale o alerta recente
de papa Francisco aos católicos de que “a Igreja não é estacionamento, mas espaço de compromisso na luta pela paz. Desde o nível local e diário
até ao nível da ordem mundial,
possa a não-violência criativa tornar-se o estilo característico das nossas
decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas ações, da política em todas
as suas formas”.
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Aqui em Palhoça e em cada cidade,
as transformações de paz podem se dar pela nossa participação virtuosa em
espaços de decisões políticas: família, associações, igrejas, escolas, grupos
de jovens, de idosos etc. Numa de minhas paróquias, esses grupos se revezavam
na freqüência semanal à Câmara de Vereadores, no século passado.
Que tal agora com a facilitação
virtual? São formas de cultivar a paz sem falsidade.
Vamu que vamu, querid@s.
*Padre Casado, Doutor em Teologia, Filósofo,
estudou Comunicação no Vaticano e é Professor da Unisul.
estudou Comunicação no Vaticano e é Professor da Unisul.
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