Espiritualidade no timing da vida Olimpíadas e o nosso perfil pluralista
Jaci Rocha Gonçalves
É Padre Casado, Doutor em Teologia,
Filósofo, estudou
Comunicação no Vaticano e é Professor da
Unisul
O Agosto
das Olimpíadas escava mais uma vez o húmus em torno da árvore do sonho de uma
humanidade aprendiz na arte de conviver com o diferente cultural. É mais uma
aula no difícil mas necessário aprendizado de um perfil de humanidade
pluralista.
Esse
remelexo por uma terra mais fértil nessas relações com a diversidade cultural
teve um momento forte no nascer do milênio nas Olimpíadas de Sidney na
Austrália, em 2000. Contradizendo velhos costumes de discriminação aos
aborígenes (povos indígenas locais), tidos por muitos como sub-humanos, a
cerimônia de abertura teve a velocista de origem aborígene Cathy Freeman acendendo
a chama olímpica. Foi um gesto certeiro.
Desfez séculos de preconceitos e anunciou novos tempos para o direito
humano à diversidade cultural.
Aquela
cena está viva na memória e vem se repetindo! Em setembro de 2001, em Durban na
África do Sul, obedecemos, finalmente, o artigo 27 da DUDH de 1948 e, após 63
anos, assinamos a Declaração Universal do Direito à Diversidade Cultural.
Passaram-se mais seis setembros e, em 13.09. 2007, após 30 anos de
reivindicações adubamos ainda mais a árvore do sonho do pluralismo com a
assinatura da Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas.
Agora no
agosto de brincadeiras olímpicas de 2016 vibramos com novos fatos
surpreendentes, dentre eles os paraolímpicos com shows de superação e a garota
negra Rafaela Lopes Silva da comunidade (favela) do Alemão como estrela do ouro
olímpico de judô. Esse ouro se parece a uma síntese que une as milenares artes
da capoeira e do judô do Brasil, África e Oriente.
Outro
fato-surpresa paralelo ao das Olimpíadas e silenciado pela mídia foi o 12º
Fórum Social Mundial em Montreal, no Canadá. Cinco mil organizações da
sociedade civil de 118 países discutem pela
primeira vez num país industrializado os
problemas dos pobres e da natureza na casa dos ricos. Porque nações do G7 como
o Canadá tem o Sul dentro de si nos 80% dos seus projetos de extração mineira.
Nessa vibe só
falta lembrar a solidariedade da UNISUL nessa construção do sonho do
pluralismo: os primeiros Jogos Mundiais Olímpicos Indígenas em 2015, em Palmas
na Universidade do Tocantins cuja fundação foi sob a reitoria do prof Osvaldo
Della Giustina, líder do grupo fundador da UNISUL. Em 2007, nos disse que
propôs aos 16 caciques viver
perto do campus, ter formação por Certificação Processual e espaço para
interculturalidade através do Curso de Cultura Indígena. “Na assinatura final
deixei por escrito apenas esta exigência: que os indígenas definam seus
professores. Para este curso, cara pálida não entra!” (referindo-se ao
protagonismo dos indígenas).
Continuando essa herança é que a UNISUL Pedra Branca junta 18 anos de
ações com os indígenas e promove o 1º Congresso Internacional
Revitalizando Culturas sobre Indigenismo. Acolhe presenças da Índia, África,
Europa e latino-americanas no campus Pedra Branca e aldeia Itaty em 13, 14 e 15
de setembro. Você é nosso convidad@
especial a participar e fortalecer esse perfil de espiritualidade pluralista em
que se procura o diferente como fonte de Bem Viver. São etapas de um caminho
longo e exigente, bem do jeito que dizia
o velho sábio: só vale o que nos custa.
Os interessados podem inscrever seus trabalhos e saber mais sobre o evento no site oficial:
http://www.unisul.br/wps/portal/home/pesquisa-e-inovacao/seminarios-de-pesquisa/congresso-internacional-revitalizando-culturas
https://www.facebook.com/events/1734625290160250/
https://www.facebook.com/events/1734625290160250/
Aweté Nhanderu! (Deus nos abençoe!)
Obrigado por esta publicação neste site recém nascido tão lindo e necessário.
ResponderExcluirÉ uma mostra de interesse pelos Homo Serviens, amorosos servidores. Sobretudo nesses tempos exigentes de recuperação de sonhos milenares de nossa humanidade insegura e marcado por egoísmos.
Ótimo registro de um evento teimoso pela biocracia quando estávamos interagindo no quarto mês da pandemia.
ResponderExcluirE Andreza apresenta seu TCC sobre a força de Comunidades Organizadas na periferia de forma permanente. Com a presença sábia e solidária de Darlene de Moraes, doutora e educadora na área de Serviço Social.