[Vivências] Sábado de trabalhos na Aldeia Yakã Porã

Relatos da vivência dos presentes na aldeia Yaka Porã no sábado 09 de março de 2019, conforme notícia publicada no Unisul Hoje (Clique aqui).

Alexia e Bagé, representante COPAGRO
Alexia Ferreira de Oliveira, sócia do IHS e acadêmica do 5º semestre de Naturologia:

“O que marcou a minha vivência nesse dia foi estar com as crianças e, em um breve instante, me dar conta que todo aquele movimento faz parte da Cultura Guarani. O fato das próprias crianças participarem da construção da escola onde irão estudar com seus primos e irmãos, a professora construindo seu próprio local de trabalho e a comunidade construindo sua realidade e autonomia no processo, é emocionante.”











Ellington Colombi Martins, Engenheiro Civil:


“Foi uma experiência gratificante. Conviver por um dia com uma cultura tão diferente da nossa é algo enriquecedor. Difícil compreender algumas coisas, mas cabe a nós refletirmos e entendermos que é, de fato, outra cultura. O contato com a natureza e com a simplicidade deles nos faz reavaliar nossas reais necessidades. Foi verdadeiramente uma experiência muito preciosa. Chama a atenção a educação das crianças e a pacificidade de todos.”



Makelis Paim, Cacique Elizete Antunes e Nathalia Corso
Nathalia Corso, 8ª fase Medicina Unisul. 

“O que me levou a conhecer e participar do projeto é que eu sempre acho uma experiência muito enriquecedora você ter contato com outras realidades. Isso me faz entender um pouco melhor e compreender um pouco melhor as pessoas ao meu redor. Indiferente de onde seja, ou o que fazem, de onde vem, eu faço medicina e estou no meu quinto ano, vou me formar no ano que vem, entro em contato com diversos tipos de pessoas todos os dias que procuram atendimento e ter um conhecimento ampliado das diversas realidades me faz crescer muito pessoalmente. Eu sempre acho que o meu crescimento como pessoa é maior do que a minha própria ajuda. Acrescenta muito mais pra mim, eu tenho mais a receber e crescer, do que a minha ajuda perante as outras pessoas. A acho sempre válido, sempre muito positivo.
 
Eu tenho muita vontade de voltar lá, até porque a gente cria um certo vínculo, principalmente com as crianças. A gente quer saber como eles estão e se melhorou, se a nossa ajuda vai conseguir melhorar um pouco a realidade deles, isso é sempre positivo.

Espero poder voltar. Fico muito agradecida pela oportunidade, pela Makelis de ter ido lá conhecer e ela ter me explicado um pouco mais. Eu já conhecia algumas tribos indígenas lá no Rio Grande do Sul, mas nunca tinha estado em contato dentro de uma aldeia. Então ter estado tão próximo foi muito bom, só tenho agradecer, espero poder voltar e, como eu disse, é sempre muito mais enriquecedor pra mim do que o que foi a minha própria ajuda. Conhecer as outras pessoas, estar em contato com as outras pessoas, sentir as necessidades delas, sempre faz com que a gente volte prá casa com um olhar diferente.”

Gustavo Jubiraci Droguetti Lanza
Estudante de naturologia da Unisul

Gustavo, Karaí Antunes e Sérgio no recebimento de
60Kg de alimentos doados a aldeia
Agradeço ao professor Jaci que fez essa ponte, agradeço muito ao Sérgio e Janaiara que são meus amigos e fizeram arrecadação dos alimentos. Eles são terapeutas, dão cursos e têm realizado uma vez por mês uma palestra na Aldeia Indigo e a partir dessas palestras eles tem arrecadado alimentos, cerca de 50kg de alimentos por mês e há 2 meses que eles vêm juntando alimentos e procurando um lugar para poder disponibilizar o que foi arrecadado. Ele entrou em contato comigo e lembrei do professor Jaci que sempre está disponibilizando doações para os povos guaranis. Há algum tempo tenho que já me relaciono com as aldeias aqui do Continente de Santa Catarina. Conheço um pouco da necessidade desses povos, em muitos casos povos bem carentes, que necessitam de auxílio concreto, tanto do ponto de vista material, financeiro, quanto do ponto de vista de intercâmbio com a cultura branca.

A gente teve a possibilidade de chegar até eles. Fomos recebidos pela cacique Elizete, uma mulher com uma visão de ponta, muito feliz. Eu já conhecia a irmã dela, a Kerexu, agora dentro da luta política, levando as pautas indígenas para dentro do ambiente político estadual e nacional. De fato, muitas vezes eles chegam até Brasília e fazem intercâmbio com outros povos.

Foi uma felicidade muito grande chegar ali para levar esses alimentos, no sentido também de todo intercâmbio que a gente realizou, podendo conhecer os projetos da cacique Elizete. Vibramos com a sua iniciativa de organizar o mutirão para construir a escola, com todas as visões que ela tem no que concerne à sustentabilidade dos projetos de bioconstrução. Há uma organização ambiental dentro dessa aldeia e toda a vontade dessa cacique, uma liderança feminina resolvida a cada vez mais cultivar nesse mundo bons valores na relação com toda a humanidade. Enfim, só gratidão e que possamos realizar mais vezes este intercâmbio.”

Sérgio de Mello Junior com a esposa Janaiara Furtado:

Sérgio, a esposa Janaiara e seu filho
“Nós co-criamos. Construímos um projeto chamado Florescer Holística que diz respeito aos nossos atendimentos enquanto terapeutas bioenergéticos, terapeutas holísticos na área do reino xamânico ancestral, na área da ginecologia natural, da cura com cristais, ervas, também outros tipos de atendimento terapêuticos.

Mas todos nós temos uma conexão ancestral com os indígenas, culturalmente e na linhagem genética mesmo. Então pra nós foi uma satisfação muito grande poder converter as doações que nós temos em alimentos que foram arrecadados em palestras gratuitas que nós damos uma vez por mês num espaço chamado Aldeia Indigo, no Campeche.

Através deste irmão Gustavo, nós conseguimos o contato dessa aldeia. Ele levou a gente lá e não foi apenas doar alimentos, mas sim ouvir a voz ancestral, a voz do povo nativo desse litoral. Ver quais são os planos, qual o projeto da aldeia, fiquei muito feliz com o projeto de agrofloresta, bioconstrução, escolinha, isso me deixou realizado de poder estar levando os alimentos ali. aconteceu algo bem maior que uma doação. Passamos a tarde rezando, um verdadeiro reencontro, um resgate ancestral.

Quero mobilizar todos os meus alunos também, eu dou curso de Damiana que é cura vibracional piradiana, depois rede xamânica ancestral. Então vamos mobilizar estes mais de 100 alunos aqui na ilha de Florianópolis, fazendo uma corrente de auxílio, para participar das oficinas, para estar se integrando com a nossa ancestralidade.

Uma integração dentro da verdade, dentro da realidade, do que é necessário, do que está acontecendo politicamente, pra que a gente entre nessa luta juntos em defesa da mãe terra, em defesa da humanidade, dessa grande família que somos.”


Bioconstrução da Escola Yakã Porã.


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