UNISUL media presença Guarani no XIV ENAM
UNISUL media presença
Guarani no XIV ENAM
No dia 23 de novembro de 2016 o prof. dr Jaci Rocha
Gonçalves, da UNISUL, e a naturóloga Marcela Fluetti, egressa da UNISUL, foram mediadores
da mesa: Vivência de mulheres indígenas com amamentação e alimentação
complementar saudável na Tenda Paulo Freire do XIV Encontro
Nacional de Aleitamento Materno (ENAM) e IV Encontro Nacional de Alimentação
Complementar Saudável (ENACS). O convite foi feito por Daysi Jung (Fisioterapia UNISUL) e Eliana Wiggers
(UFSC).
As falas ficaram por conta de Marcelo Gonçalves,
representante do cacicado e Juliana Kerexu Mirim, coordenadora das artesãs
guarani, ambos da aldeia Itaty do Morro dos Cavalos em Palhoça (SC).
Jaci trouxe a alegria em presenciar esta busca e valorização
da sabedoria originária dos trópicos que por muito tempo foi abafada e
esquecida pelos imigrantes no Brasil. Marcelo Gonçalves falou do cultivo dos
saberes tradicionais e a urgência da demarcação de terras. Kerexu Mirim
respondeu sobre questões maternais. O coral Tapé Mirim (Pequeno Caminho),
cantou e dançou com o público animado e participativo.
Coral Tapé Mirim (Pequeno caminho)
As respostas sábias e objetivas
de Kerexu Mirim sobre as relações femininas, a maternidade, a amamentação e
vários costumes tradicionais guarani formaram uma grande aula que emocionou o
público. Esclareceu que há toda uma preparação da mulher para gestar: mudam a
alimentação, vestem roupas confortáveis e são orientadas pelas mulheres mais
velhas para a hora do parto. Ao contrário da nossa cultura, uma mulher grávida
deve estar ativa e não evitar exercícios, pois isso estimula o bebê a se mexer
na barriga e facilita na hora do parto.
Na aldeia a mulher opta em dar à luz no hospital ou com as
parteiras da aldeia. Juliana, com seus 28 anos, mãe de dois filhos, disse que
já foi parteira em seis partos. Ela explica que é um dom herdado de sua avó.
Na aldeia, as mulheres não costumam sofrer com a famosa TPM
(Tensão Pré-Menstrual), nem é muito comum os bebês sofrerem com cólicas. Isto
porque durante a menarca e a amamentação, as mulheres cortam de sua alimentação
o açúcar, o sal e a gordura. Outro cuidado é evitar trazer más notícias às mães.
Eles acreditam que as cólicas do bebê também têm relação com o bem-estar da
mãe.
Marcela Fluetti, Juliana Kerexu Mirim e Marcelo Gonçalves
Momento comovente também foi no encerramento com o Coral
Tapé Mirim ensinando sua dança tradicional com a participação de todos na
grande roda.
Roda de encerramento
Rafaela
Iwassaki
Extensionista
do Projeto Mediações Culturais do Grupo de Ensino, Pesquisa e Extensão
Revitalizando Culturas, da UNISUL.
Supervisão:
Prof. Dr. Jaci Rocha Gonçalves
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