Em respeito à memória de Zumbi dos Palmares
Neste 20 de novembro de 2019, Dia da
Consciência Negra, em memória do herói negro Zumbi dos Palmares, a manhã da
Semana Acadêmica da Naturologia terminou ao som do grupo afro “Tambus do
Axé”. Gabriel Nogueira e suas colegas Mariana Shereiber e Júlia Coghi
usaram o timbau, atabaque e pau de chuva para tocar a música “Revolta” do grupo
musical Olodum.
Gabriel Nogueira, Mariana Schereiber e Júlia Coghi |
Enquanto a percussão acontecia, o
professor Jaci fez improvisos de rap com um pouco do histórico do povo de Zumbi
e de seus quilombo. O auditório foi se levantando ao som do samba e, no balanço
da roda Gabriel recordou dos 350 anos de escravidão, a forma como seu povo
negro e afrodescendente regou com suor e sangue o chão deste país.
Paradoxalmente, adubou a fé dos povos que
resistiram pela espiritualidade de muito samba criativo, capoeira e o sonho
pelo trabalho e criação de uma nova sociedade. Cresce cada vez mais o
sentimento de reparação ativa pelas atrocidades infligidas contra os filhos que
foram tirados à força da África e transformados em escravos.
Professor Jaci celebrando junto dos alunos |
Outra aluna, da 2ª fase do curso de
naturologia, Maria Laura, comentou sobre o evento do dia:
“Eu acho muito importante ter um movimento negro na universidade, de
representatividade, desse povo que tem muita história, muita coisa incrível pra
gente aprender com eles e acho estranho porque em Santa Catarina a gente não
tem feriado nesse dia. Não sei se é em todas as cidades, mas pelo menos aqui na
Palhoça não é. Eu sempre vejo relatos de colegas meus que em São Paulo é
feriado e é relembrado sempre esse dia que é de muita história, muita
resistência, de coisa bonita do nosso Brasil que deve ser relembrado sempre.”
A professora de naturologia Maria Alice Ribas Cavalcanti,
por sua parte acrescentou: “Eu senti uma presença muito forte, capaz de nos
fazer sentir o que foi essa força dos negros e da escravidão por meio de Zumbi
dos Palmares e todo o grito que esse povo pode por pra fora nesse momento,
resgatando toda essa ancestralidade que ficou muito perdida. Achei bastante
forte, me tocou profundamente.”
Para finalizar a manhã, foi recordado um samba inesquecível do Brasil, construído na época da ditadura militar quando
não se podia fazer perguntas. É o samba "O que é?", de Gonzaguinha. Foi lembrado que para Vinicius
de Moraes este deveria ser mais um salmo que se colocasse em alguma bíblia. Então, todos cantaram e dançaram: “Viver e não ter a vergonha de ser feliz, Cantar,
e cantar, e cantar, A beleza de ser um eterno aprendiz. Ah, meu Deus! Eu sei
que a vida devia ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita: É
bonita, é bonita e é bonita!”.
Uma homenagem que bem merece, quando o
mundo, através da ONU, vive e celebra a década dos afrodescendentes de 2015 a 2024.
Bruno da Luz
Estagiário Revitalizando Culturas
Orientação: Prof. Dr. Jaci Rocha Gonçalves
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